Ficções rebeldes – trilhos, ilhas, agulhas
Resumo
Este texto parte da premissa de que toda ficção coloca em cena uma força de rebeldia, acionando desta forma novas imagens. O artigo parte de um poema de Rainer Maria Rilke, "A Pantera", o qual desdobra um pensamento sobre circularidade, acionando instâncias de repetição. Quando nosso girar em círculo não sai do lugar, os automatismos de repetição nos levam para tão perto deste ponto de giro que corremos o risco de naufragar na própria ruína em torno da qual circulamos. Assim, giramos em torno da ruína, a ruína como objeto. O texto segue a pista de Gérard Wajcman, em seu livro O Objeto do século, em que propõe pensar a ruína como objeto. Contudo, o trágico em cena é quando a ruína adentra cenários de esquecimento, lógicas de forclusão, em um tempo que pretendeu inventar destruições sem ruínas. Como lembrar aquilo que é sem resto? Aqui encontramos a potência política mais radical da psicanálise e da invenção freudiana, que entra em cena para recolher, escutar, dar outras formas a estes restos. Portanto, este artigo faz dialogar o campo da psicanálise e dos estudos utópicos.
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